
Ao espelho, o reflexo de si mergulha-a num turbilhão de emoções contraditórias; é bem claro o percurso e as experiências que teve, e foram muitas... cada “marca” no seu rosto, que insiste em afirmar-se de forma proeminente, retrata uma fase, um momento. De olhos fechados, deixa se invadir pelo filme da sua vida... recorda cada pessoa, cada sorriso que deu e recebeu e também aqueles que não teve oportunidade de “trocar” e foram alguns... porquê? Por inércia, por não saber como, por não querer.
Agora que lhe restavam apenas alguns anos de vida, sabia exactamente aquilo que devia ter feito e o modo como devia ter orientado a sua vida, mas foram tantos os anos em que vagueou sem rumo, presa àquilo que afinal pouca importância tinha...
Jamais podia fazer o tempo voltar para trás, ou recuperar o que estava perdido para sempre, mas ainda lhe era possível atenuar algum do ressentimento, se agora se concentrasse naquilo que considerava realmente importante – as pessoas, a sua felicidade... Deixaria então de assistir ao filme da sua vida, para passar a realizá-lo!