Wednesday, December 13, 2006

Noite Fria

Era de noite, uma noite fria de Inverno. Iluminada pelas estrelas, na soleira de uma porta qualquer, estendeu-se, procurando acomodar-se junto daquilo que lhe restava. Há anos que esta rotina se conservava… Os cabelos tapavam-lhe a face e ocultavam a vergonha de ali estar. As caixas de cartão que a protegiam, pareciam já não cumprir a sua missão. De um lado para o outro, algumas pessoas tentavam ansiosamente voltar para casa. Ela continuava ali, não tinha para onde correr… Afinal, era noite, mais uma noite, era a noite de Natal e ela estava sozinha ali.

2 Comments:

At Sunday, January 07, 2007 , Anonymous Anonymous said...

As vidas das pessoas podem e devem ser diferentes umas das outras. Num tempo em que o que se procura e a uniformizacao de tudo, de poder encaixar todas as pessoas em intervalos de padroes de comportamento, sera que a vida das pessoas comummente apelidadas de miseraveis representa um produto individual dessa sociedade - individualmente certas pessoas nao conseguem viver numa sociedade em que o objectivo de vida seja sempre o de atingir certos padroes seja la do que for, um produto social dessa sociedade - pela frieza da nossa nova sociedade em que as relacoes entre as pessoas se regem mais por questoes materialistas do que verdadeiros valores humanos, ou sera simplesmente a propria natureza em si (da qual fazemos parte, tao importante como qualquer outro ser vivo, apenas, como e claro, muito mais activos) que na normal predisposicao para a diversidade, proporciona condicoes para que em todas as alturas hajam desvios a norma?
Mais propriamente, havera alguma sustentabilidade em questionar se a exclusao social podera ter em si algum factor puramente natural, animal, instintivo? Mais do que consequencias (humanas) de contextos socio-economico-politicos?

Beijinhos para ti

 
At Sunday, January 07, 2007 , Anonymous Anonymous said...

Caro Anónimo/a:
Sim, será com base nos valores sociais, que podemos considerar os excluídos e os socialmente integrados. São essas as grelhas que orientam a nossa leitura da realidade, porém, a diversidade pode igualmente ter lugar, se a nossa perspectiva não for fundamentalista.
Aceito a diversidade, mas será que alguém que não tem um pão para comer e que se sente doente, estará feliz?
Beijinhos...

 

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